Amor de Perdição

· Autor: Camilo Castelo Branco 
· Editora: Porto Editora
· Edição: Julho de 2006


Sinopse:

“Foi inspirado pelas suas próprias desventuras amorosas e pela peça de Shakespeare, Romeu e Julieta, que Camilo Castelo Branco escreveu Amor de Perdição, o seu romance mais famoso. Obra emblemática do Romantismo português, Amor de Perdição conta-nos a história de Simão Botelho e Teresa de Albuquerque, dois jovens que pertencem a famílias distintas de Viseu. Entre ambos nasce um amor que são obrigados a calar pois as suas famílias são rivais e tudo farão para os separar. Mas os amantes acabarão por mostrar através do mais dramático dos atos, que nada, nunca, destruirá sentimento que os une. ”
http://www.wook.pt/ficha/amor-de-perdicao/a/id/219853


Informações acerca do Autor: 



Classificação:

Classifico esta obra com 5 estrelas uma vez que adorei esta obra pela capacidade de prender o leitor à obra, pela linguagem utilizada, pelos valores morais das personagens destacando-se a intriga amorosa da obra.


Critica Inicial:

Após a leitura sugestiva pelo professor da disciplina decidi iniciar a leitura da obra. No entanto ainda não terminei por isso encontro-me na pagina 53.

Do que percebi esta obra retrata uma história de amor proibida pois Simão botelho é apaixonado por Teresa, mas a família destes odeiam-se mutuamente, impedindo assim esta relação. Teresa acaba por ser confrontada pelo seu pai, tendo que escolher entre a ida para um convento e o casamento como o primo Baltazar. Teresa como está verdadeiramente apaixonada por Simão prefere a “todo o custo” a ida para o convento. Como Simão se encontra a estudar em Coimbra, a sua aproximação física com Teresa é impossível, por isso mantêm contacto através de cartas. É este enredo de uma amor proibido e cada vez mais dificultado que me fez prender à leitura da obra com a ansia de descobrir o seguinte.

No desenvolver da minha leitura espero encontrar respostas para as perguntas que me atormentam tais como “Quem é Mariana e o porquê da sua intervenção? Será que este se apaixonara por Simão e acabara com a história de amor entre Simão e Teresa? Será que os pais dos amados irão descobrir e irão tomar decisões para os separar? Será que estes continuaram a comunicar por cartas? Será que a história de amor terminará com um final feliz?”.

21 de Março de 2012

Critica Final:

Já referi anteriormente o motivo da iniciação desta obra e não me arrependo de tal, uma vez que é uma obra repleta de paixão, de amor eterno, de ódio, de coragem, valentia e honra, de amizade e lealdade. Tais princípios e sentimentos estão constantemente presentes ao longo da obra. O amor eterno e a paixão estão presentes no triângulo amoroso constituído por Teresa, Simão e Mariana, isto porque Teresa e Simão viveram um amor proibido e Teresa manteve um sentimento único e escondido por Simão até ao final das suas vidas. O ódio encontra-se na relação entre as famílias das personagens principais e também na relação do primo Baltazar e de Simão. O princípio como a coragem, a valentia e a honra encontram-se nas atitudes de Simão que tudo faz pelo seu verdadeiro amor. A amizade e a lealdade são relevantes na ajuda manifestada por João da Cruz para com Simão.

A linguagem é de fácil compreensão. Confesso que o tipo de linguagem utlizada prendeu-me ao enredo da obra, pois o autor utilizava vocábulos um pouco elaborados e românticos. No entanto, apareciam também vocábulos do meu quotidiano provocando em mim uma sensação de verosimilhança, em relação aos sentimentos sentidos pelas personagens.

No final da leitura desta obra percebi que o título é bem adaptado à obra uma vez que o amor está presente mesmo nas entrelinhas e que a perdição de todas as personagens baseia-se no amor e na lealdade ao outro. Vejamos Teresa, Simão e Mariana, a sua perdição foi o amor que nutriam pelo outro.

Considerei toda a obra magnífica contudo existem sempre aqueles momentos que nos marcam, pela emoção e significado com que ficamos. Como o episódio relacionado com João da Cruz que me deixou completamente estupefacta pois não consegui compreender o porquê de tal tragédia e o motivo que levou o filho de Bento Machado a fazê-lo. Considero o gesto de Simão uma atitude que manifesta a sua honra, o seu orgulho, a sua valentia e o seu caracter forte. Confesso que o gesto de Simão me comoveu e acho o justo pois este renunciou a sua verdadeira família, admitindo que Mariana e seu pai (João da Cruz) eram a sua nova família.

Tal como alguns episódios nos marcam, as personagens também o fazem. No meu caso, a minha personagem preferida foi Mariana. Visto que esta tinha conhecimento de que Simão estava completamente apaixonado por Teresa e que esta não tinha qualquer hipótese com ele e mesmo assim decide dedicar-se extremamente aos cuidados deste. O que mais me cativou foi a capacidade de Mariana em manter o sentimento que lhe era tão vivo dentro do seu coração mas tão morto para aqueles que a rodeavam. Toda a sua persistência e a sua força de vontade e de caracter também me surpreenderam positivamente.

Ao ler a obra, no episódio em que nos é descrita e estadia de Teresa no primeiro convento, acho que o autor pretendeu fazer uma crítica a estes estabelecimento mas também às freiras pois vimos que estas são umas falsas, intriguistas e invejosas que estão constantemente a falar mal das outras. Vemos também que cada uma tem os seus vícios.

Na minha opinião, indubitavelmente, a temática da religião pode ser encontrada, sem sombra de dúvida, nas cartas de Teresa e Simão que encaram a morte como a única solução, tal como a religião crista. É de salientar que segundo a religião crista (na minha opinião, a presente na obra), o casamento é visto como a união de duas pessoas que se amam, sentimento, este que não era valorizada pela sociedade. Para esta, o casamento era visto como um acordo financeiro. Estes dados oferece-nos um cheirinho aos costumes e saberes dos estilos de vida da burguesia do seculo XIX.

Há uns bons anos lia “Histórias de Amor” como a Cinderela e outras e estas terminavam sempre “…e eram felizes para sempre”. Contudo eu cresci e outros livros e situações apareceram, mas ao ler ao este livro sentia-me a ler novamente um conto de fadas contudo bem diferente pois este não tem finais felizes mas sim trágicos. O que provoca uma aproximação da realidade, porque na vida nem tudo corre da melhor forma e sobretudo da forma como desejamos.

4 de Abril de 2012




Curiosidades: