A Quinta dos Animais



· Autor: George Orwell
· Tradução: Paulo Faria
· Editora: Antígona
· 1ª Edição: Julho de 2008


Sinopse:

“À primeira vista, este livro situa-se na linhagem dos contos de Esopo, de La Fontaine e de outros que nos encantaram a infância. Tal como os seus predecessores, Orwell escreveu uma fábula, uma história personificada por animais. Mas há nesta fábula algo de inquietante. Classicamente, atribuir aos animais os defeitos e os ridículos dos humanos, se servia para censurar a sociedade, servia igualmente para nos tranquilizar, pois ficavam colocados à distância, «no tempo em que os animais falavam», os vícios de todos nós e as sua funestas consequências. Em A Quinta dos Animais o enredo inverte-se. É a fábula merecida por uma época - a nossa época - em que são os homens e as mulheres a comporta-se como animais.”
http://www.wook.pt/ficha/a-quinta-dos-animais/a/id/209989



Informações acerca do autor:
“Eric Arthur Blair (Motihari, 25 de Junho de 1903 – Londres, 21 de Janeiro de 1950), mais conhecido pelo pseudónimo George Orwell, foi um escritor e jornalista inglês. Sua obra é marcada por uma inteligência perspicaz e bem-humorada, uma consciência profunda das injustiças sociais, uma intensa oposição ao totalitarismo e uma paixão pela clareza da escrita. Apontado como simpatizante da proposta anarquista, o escritor faz uma defesa da auto-gestão ou autonomismo. A sua crença no socialismo democrático foi abalada pelo "socialismo real" que ele denunciou em Animal Farm.

Considerado talvez o melhor cronista da cultura inglesa do século XX, Orwell se dedicou a escrever ficção, artigos jornalísticos polémicos, crítica literária e poesia. Ele é mais conhecido pelo romance distópico Nineteen Eighty-Four (1949) e pela novela satírica Animal Farm (1945). Juntas, estas obras venderam mais cópias do que os dois livros mais vendidos de qualquer outro escritor do século XX. Um outro livro de sua autoria, Homage to Catalonia (1938) - um relato se sua experiência como combatente voluntário no lado republicano da Guerra Civil Espanhola - também é altamente aclamado, assim como seus ensaios sobre política, literatura, linguagem e cultura.

A influência de Orwell na cultura contemporânea, tanto popular quanto política, perdura até os dias de hoje. Vários neologismos criados por ele, assim como o termo orwelliano - palavra usada para definir qualquer fenómeno social draconiano ou manipulativo ou um conceito contrário à uma sociedade livre - já fazem parte do vernáculo popular. “


Opinião Pessoal­:

· Classificação: A esta obra atribuo 3 Estrelas, atribuo esta classificação porque apesar de ser uma boa obra não gostei muita da sua intriga.


· Critica Final:
A obra que li recentemente foi “ A Quinta dos Animais”, de George Orwell e escolhi-a pois é necessária a sua leitura para a participação no 6º Concurso Nacional de Leitura na ESPBS. Outro motivo para a sua leitura foi a curiosidade despertada aquando da leitura de um excerto pelo professor na sala de aula, onde percebíamos que os animais se queriam revoltar contra os humanos pela forma como eram tratados, ou seja, trabalhavam muito e recebiam reduzidas quantidades de ração e os animais demonstravam a vontade de viverem num mundo onde não existiam humanos. A forma e as estratégias que os animais iriam utilizar para se revoltar e sobretudo sobreviver sem qualquer ajuda dos homens interessou-me bastante e por isso mais uma incentivação para a leitura da obra.

Um aspeto favorável nesta obra é a sua pequena extensão e a linguagem de fácil compreensão, qualquer leitor a poderia ler pois compreendia bem a sua leitura. Mais um ponto a favor é que os acontecimentos não são descritos de forma maçadora, são até de forma interessante para aqueles que a leem. Durante a obra não verifiquei muito suspense o que desfavoreceu um pouco o meu interesse pelo enredo, verificou-se um pouco de ação pois ocorrem várias alterações no decorrer da intriga e ocorrem acontecimentos de ação como as invasões à quinta pelos humanos.

Esta obra conta a história em que os animais da Quinta do Infantado se revoltaram e expulsaram o seu amo (esta era a forma como os animais tratavam o Sr. Reis, o proprietário da quinta). Depois desta expulsão descreve-se a vida dos animais da quinta, o modo como a quinta é gerida e por qual animal e os boatos que eram feitos acerca da quinta.

Os episódios que mais me marcaram negativamente foram quando o porco Bola-de-neve foi expulso da quinta e o acusavam e tambem quando os 7 Mandamentos Do Animalismo foram alterados. Bola-de-neve era o animal que geria a quinta mas tinha um rival, Napoleão, foi este que o expulsou da quinta e que o acusava por tudo o que acontecesse de errado. Em relação á alteração dos 7 Mandamentos do Animalismo, estes vão sendo alterados de modo a que satisfaçam as regalias dos porcos.

Considero que as temáticas que foram abordadas nesta obra são o abuso do poder, a mentira, a traição, a ganância, ambição e a revolução. Referi estas temáticas uma vez que os animais decidiram revoltar-se para obterem um melhor estado de vida, o que no princípio se verificou mas a ganancia e a ambição em certos animais, como Napoleão, provocou a existência de traição e mentira para que consigam alcançar os seus objetivos passando por cima dos outros. Em relação ao abuso do poder, este está presente nas ações tomadas pelo Napoleão e penso que está associado à alteração dos 7 mandamentos do Animalismo, uma vez que foram modificados para satisfazer as vontades de Napoleão, os restantes porcos e a matilha de cães. A construção de uma escola apenas para os porcos, é um bom exemplo de abuso de poder.

Confesso que quando iniciei a leitura recordei os tempos de infância de quando chegava da escola e lia as minhas histórias de encantar e recordo-me particularmente do livro “A Quinta do Senhor Francisco” que gostava imenso de ler nessa altura.

O autor com esta fábula pretende criticar o capitalismo do Estado Soviético. Após uma reflexão acerca da obra verifiquei que existe um termo de comparação entre o que é retratado na obra para a realidade, ou seja, aquilo que se devem respeitar e obedecer não acontece. Vejamos o exemplo retratado nesta fábula, os porcos alteraram o 7 Mandamento do Animalismo para seu próprio bem, ou seja, para satisfazer as suas próprias regalias. No nosso quotidiano não existem Mandamentos do Animalismo mas existem direitos humanos e este documento diz que todos somos iguais e temos direitos iguais, mas quando assistimos a noticias seja na televisão, na radio ou no jornal deparamo-nos com casos em que verificamos o incumprimento dos direitos que todos devíamos obedecer.

Como em todas as fábulas existe uma moral, a desta consiste no seguinte: sempre existirão pessoas que agirão como os porcos mesmo depois da existência de revoluções vão sempre existir pessoas gananciosas que vão querer alcançar o poder mesmo beneficiando do mal dos outros. Mas mesmo assim temos que lutar por uma equidade de direitos.

4 de Janeiro de 2010

Achei importante colocar este vídeo aqui pois retrata episódios marcantes no desenvolvimento da obra.