Frei Luís de Sousa

Sinopse:

“Drama representado pela primeira vez em 1843, publicado em 1844, é considerado a obra-prima do teatro romântico e uma das obras-primas da literatura portuguesa.
O enredo, inspirado na vida do escritor seiscentista Frei Luís de Sousa, de seu nome secular D. Manuel de Sousa Coutinho, tem como pano de fundo a resistência à dominação filipina.
Na célebre memória "Ao Conservatório Real" que acompanha a peça, Garrett critica o modo como na sua época se pretende fazer o drama, com um excesso de violência e de imoralidade, e alega ter desejado "excitar fortemente o terror e a piedade", usando de contenção e simplicidade.”
http://www.wook.pt/ficha/frei-luis-de-sousa/a/id/4299483


Informações acerca do autor:

“Considerado o primeiro autor romântico em Portugal, João Batista da Silva Leitão de Almeida Garrett nasceu no Porto a 4 de Fevereiro de 1799. Passou a sua infância nas propriedades do pai, ao sul do Porto.

Em 1809 foi obrigado a abandonar esta cidade, como consequência da invasão francesa de Soult. Mudou-se para Lisboa com a família e mais tarde para a ilha Terceira (Açores).

Em Angra do Heroísmo, sob a direção de um tio, o bispo D. Frei Alexandre da Sagrada Família, recebeu a educação clássica que marca os seus primeiros versos.

Aos 17 anos está de novo no continente e estuda Direito em Coimbra, conclui o curso em 1821. É desta época de Coimbra que datam as primeiras tentativas de teatro. Garrett toma como modelos Voltaire, de Maffei e de Alfieri.

Um ano depois, uma reação miguelista leva-o ao exílio, primeiro em Inglaterra e depois em França. Nos meios literários desses países contacta com o movimento romântico e vai ser o seu introdutor em Portugal.

Garrett envolveu-se diretamente nas ruturas político-ideológicas que assinalam a transição do Antigo Regime para o Portugal moderno que é o do Liberalismo. Ao mesmo tempo viveu a tensão que se instalou entre o legado neoclássico e o advento do romantismo.

Entre 1826 e 1828 regressa a Portugal, mas as alternativas de luta entre miguelistas e liberais obrigam o autor a um novo exílio.

Em 1836 encontra-se na ilha Terceira, onde colabora com Mouzinho da Silveira nas reformas que iriam transformar por completo a estrutura do país.

Mais tarde, no cerco do Porto, como soldado, defende o seu ideal político (liberalismo). Depois da vitória toma o cargo de Cônsul-geral em Bruxelas. Frequenta durante dois anos a alta-roda e estuda a literatura alemã.

De novo em Lisboa, promoveu a fundação do Conservatório de Arte Dramática e a criação do Teatro Nacional e da Inspeção-geral dos teatros.

A sua personalidade é psicologicamente polifacetada, divide-se entre a vida política, a criação literária e as vivências amorosas. As diretrizes do seu comportamento são a instabilidade e a relatividade (de valores, de experiências, de estéticas). Desde a infância foi marcado pelo estigma do exílio. A sua formação e o amadurecimento estético-cultural estão associados a fatores de natureza política e ideológica.

Garrett foi uma das mais influentes figuras políticas do país. Como deputado, a partir de 1837, revelou excecionais dotes de orador. Em 1852 foi ministro do gabinete presidido por Saldanha. Dois anos mais tarde morre, em Lisboa, a 9 de Dezembro.”
http://martarib.tripod.com/biografia.htm



Opinião Pessoal­:
Classificação:
4 Estrelas, visto que, adorei a intriga desta obra mas a linguagem utilizada por vezes dificultou um pouco.

Critica Final:
Já tinha lido anteriormente obras do género dramático e confesso que detestei no entanto esta obra surpreendeu-me pelo contrário. Confesso que só li esta obra pois era leitura obrigatória mas apesar de assim o ser ainda bem que o fiz. É uma obra curta e apesar de ter uma linguagem que não é muito acessível devido a ser escrito por alguém de uma época diferente da minha e também por conter termos que não utilizo no meu quotidiano mas consegui compreender bem a intriga.

É uma obra interessante pois dá-nos a conhecer factos e personagens históricos tais como D. Sebastião e D. João de Portugal que desapareceram na batalha de Alcácer Quibir, a peste que existia em lisboa e o dominó da dinastia filipina de Espanha sobre Portugal.

Achei o final inesperado pois apesar de ter conhecimento que Maria sofria de tuberculose e que de certeza morreria por esse motivo nunca pensei que esta morresse no momento em que ouve a voz de D. João de Portugal na igreja de São Paulo.

Considero este momento muito marcante pois Dona Madalena e D. Manuel entregavam-se à vida religiosa e o momento em que aparece Maria e faz um discurso dizendo que não quer perder os seus pais por causa de D. João fez-me ficar um pouco comovida, porque qualquer criança não gostava de perder os seus pais. O momento em que cai no chão depois de ouvir o romeiro - D. João de Portugal deu-me sensação que tudo acabava, por isso acho que este final foi completamente maravilhoso, inesperado e comovente.

O momento em que o romeiro entra em ação deixa-me um pouco na espectativa pois fiquei curiosa e queria conhecer esta nova personagem e quais seriam as suas intenções o que mudaria no desenrolar da ação com a sua presença.

Na minha opinião quando D. Manuel de Sousa queimou a sua casa para que os espanhóis não se utilizassem dela foi um momento importante pois provou que este era um homem determinado, corajoso, patriota, lutador, apaixonado por Madalena e não tinha ciúmes das suas relações anteriores e também porque é a saída da casa de D. Manuel de Sousa para a casa de D. João que marca (como dona madalena pressentia) o desenrolar da ação trágica.

Considero que a personalidade de Madalena é a personalidade da maioria dos portugueses, falo por mim própria e pelas pessoas que conheço. Como cresci numa pequena aldeia onde acreditamos em tudo o que os mais idosos dizem, por vezes somos envolvidos em mitos e crenças sem nexo algum e penso que estas vivências que vamos tendo que nos fazem criar uma personalidade como a de Dona Madalena, ou seja, tornar-nos pessoas muito supersticiosas, com vários medos de errar, de que aquilo que tanto preparamos corra mal, entre outros inúmeros casos em que não somos seguros de nos próprios.

Nesta intriga estão presentes sentimentos de louvor como a lealdade de Telmo com D. João de Portugal, o amor entre casal e de pais-filhos mas também sentimentos menos valorizados como a deslealdade e a infidelidade de Dona Madalena e D. Manuel de Sousa para com D. João de Portugal. É uma obra recheada de medo, de um pouco suspense, de tragédia, de muita emoção e também de ação.

Por fim recomendo esta obra a pessoas que gostem de ler obras com finais inesperados, um pouco trágicos e comoventes, com intrigas cativantes, com um sabor a romantismo e que falem de factos históricos.
14 de Dezembro de 2011